quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Alimentação Biológica

Cedo ou tarde, após algum tempo de convivência com os praticantes do Método DeRose, voê acaba descobrindo que nós não comemos carnes. Isso não é nenhuma novidade e tenho certeza de que você também conhece muitas outras pessoas que, além de nós, também adotaram uma alimentação assim, seja por questões de saúde ou por questões éticas.

Para enriquecer a sua cultura e previnir gafes desnecessárias é importante saber que existem muitos sistemas alimentares. Mesmo entre os que não comem carnes, existem aspectos que diferenciam um do outro e esse texto está aqui para que você saiba se situar nesse cipoal.

Nós do Método DeRose adotamos uma alimentação sem carnes. Por ser inspirado na culinária indiana, esse sistema propõe que seu prato seja colorido, saboroso, nutritivo e bem condimentado.

Eliminamos as carnes do nosso cardápio por que existe um pequeno grau de toxinas no tecido de animais mortos que impede as percepções sutis que a prática das técnicas proporciona. A evolução nos exercícios de respiração, meditação, etc. fica muito acelerada se o praticante observar também nosso sistema alimentar.

Comida sem carnes não é comida insossa. O paladar para nós é sagrado! Se o seu prato é marrom, sem gosto, indigesto, deve ter havido alguma confusão aí no meio do caminho. Outra coisa: açúcar não é carne. Sal tampouco. Porque tirar o refrigerante de quem só disse que não quer comer carnes?

Antes de continuar um detalhe: fuja do rótulo vegetariano como o diabo da cruz. Jamais diga “vegetariano” em voz alta. Ouça a voz da experiência! Cometi o erro de me dizer vegetariano num determinado ponto da vida e tive de amargurar ouvir pérolas como: -"Nós íamos pedir pizza, mas como você é vegetariano, decidimos comprar somente uns pãezinhos pra comer com o patê de atum".

Quem não come carnes não deve fazer distinção de cor. Os médicos recomendam que pessoas com colesterol alto comam menos carne vermelha, mas nós não temos problemas de colesterol! Queremos apenas que as toxinas das carnes não atrapalhem nossa progressão nas práticas.

Esse engano gerou o absurdo de algumas pessoas se dizerem vegetarianas quando ainda comem carnes brancas. A percepção do equívoco é ainda maior quando se descobre que as enzimas tóxicas presentes nas carnes é muito maior no peixe do que no boi.

Para comprovar isso basta fazer um teste simples: entre em um açouque e faça uma inspiração profunda. Depois entre numa peixaria e repita o mesmo procedimento. Qual dos dois fede mais? A peixaria, é claro! Pois a carne branca apodrece mais rápido e as enzimas tóxicas das quais falamos são geradas pela putrefação dos tecidos.

Recentemente descobri que o editor da maior revista sobre vegetarianismo dos E.U.A. afirmou ter abandonado o vegetarianismo para se tornar flexitariano. Isso significa que ele passou a comer carnes em eventos específicos ou datas festivas. Além disso aproveitou para cunhar o termo pescovegetarianismo (para aqueles que comem apenas as carnes de peixes). Fiquei perplexo.

Façamos um acordo: sejamos sempre autênticos! Não quero parecer duro nem intolerante, mas afirmar que se faz uma coisa e fazer o oposto é hipocrisia. Essa conversa de flexitarianismo ou pescovegetarianismo é um absurdo sem tamanho!


Para que barafundas como essas sejam esclarecidas de uma vez por todas, vamos detalhar os sistemas alimentares mais coerentes, presentes na natureza e nas culturas humanas em geral:

Carnivorismo
Carnívoros são os animais que se alimentam de carnes. São sempre dotados de ferramentas para matar e, após capturar uma presa, se alimentam de suas carnes transbordando o sangue quente da vítima recém assassinada. O ser humano não é um animal carnívoro.

Carniceirismo
A hiena e o abutre são exemplos de animais carniceiros. Eles nem sempre possuem as ferramentas ou a coragem para matar e dependem dos restos deixados para trás pelos carnívoros para se alimentarem. Se analisarmos o comportamento humano, somos mais parecidos com os animais carniceiros do que com os carnívoros. Apesar disso, nossa categoria não é essa.

Onivorismo
O homem descende de uma linhagem de primatas que se desenvolveu para comer de tudo. Frutas, legumes, cereais, raízes, insetos, carnes, carnes apodrecidas, lesmas, frutos do mar... Tudo! Estamos lado a lado com o porco e com a avestruz. Não é exatamente uma boa companhia, logo tratamos de evoluir para outros sistemas.

Cerealismo ou Macrobiótica
O cerealismo é uma proposta alimentar que adota mais cereais nas refeições do que os demais alimentos. É mais comum nas culturas asiáticas, principalmente no Japão. Possui um histórico de muitas curas e benefícios para a saúde, mas quando combinado com a prática das técnicas do nosso acervo, costuma provocar resultados negativos.

Vegetarianismo (lacto-ovo-vegetarianismo)
Essa é a forma mais comum de vegetarianismo. Trata-se do sistema que adota todos os alimentos, com exceção das carnes. Também é o sistema adotado por aqueles que desejam se aprofundar na prática do Método DeRose.

Vegetarismo (lacto-vegetarianismo)
Trata-se de uma vertente menos praticada do vegetarianismo que exclui também os ovos além das carnes.

Vegetalismo ou Veganismo
(vegetarianismo puro)
Os adeptos da cultura straight edge são grandes divulgadores do sistema vegan. Trata-se da vertente do vegetarianismo mais restrita por eliminar o leite e os ovos do cardápio. O único inconveniente dessa escolha é a necessidade de se suplementar vitamina B12, mas de fato, trata-se de uma alimentação muito limpa. O praticante do Método que queira fazer um período de limpeza orgânica mais intensa, pode se valer do veganismo como ferramenta.

Crudivorismo
Crudivorismo é o modelo alimentar que propões que os alimentos davam ser ingeridos preferencialmente crus. O cozimento, quando necessário, só pode ser feito até determinada temperatura. Este sistema também não é recomendado ao praticante da Nossa Cultura.

Frugivorismo
O mais rigoroso dos sistemas alimentares até esse ponto é o frugivorismo. Nele, o adepto irá ingerir apenas as frutas de todas as espécies, incluindo-se aí as frutas secas. Tal como o veganismo, pode ser usado em períodos de purificação intensiva. Este autor não recomenda que esses períodos sejam muito extensos. Uma semana já está excelente para bons resultados de limpeza orgânica. O ideal é um dia de frutas por semana.

É importante que o fanatismo, a hipocrisia ou a doutrinação passem longe das nossas propostas. Cada um de nós nasceu para ser feliz e a alimentação é uma importante ferramenta de prazer e na alegria de viver. Coma o que te faz feliz e o que te dá prazer! Deixe que as pessoas comam o que elas quiserem. Neste quseito, todos nós sempre podemos exercer um pouco mais de tolerância e boas maneiras.


O Instrutor Vernon Maraschin é o diretor da Escola do Método DeRose na Vila Madalena e se diz mais glutão do que gourmet.
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