segunda-feira, 23 de maio de 2011

As Árvores e as Pedras

Autor: DeRose.

Era uma vez um menino cheio de idéias estranhas. Ele achava que o infinito era pequeno e que o eterno era curto. Conversava com as Árvores e com as Pedras, e emocionava-se com elas, pela magnitude do que lhe contavam. Um dia as Árvores lhe disseram: 

Sabe? No nosso Universo cada uma de nós cumpre o que lhe cabe, pela satisfação de fazer assim. Nenhuma de nós se exime da sua parte. Os humanos passam suas vidas a só fazer coisas que lhes resultem em tensões, infelicidade e doença. Não fazem o que realmente gostariam. Caem no cativeiro da civilização, trabalham no que não gostam para ganhar a vida e perdem-na, em vão, ao nada fazer de bom. Por isso tornam-se rabugentos, envelhecem e morrem insatisfeitos. Procure você viver feliz como nós, pois alimentamo-nos, respiramos e reproduzimo-nos, tal como nos dá prazer. Assim, quando morremos, na verdade continuamos vivas em nossas sementes e crescemos de novo. Vá e ensine isso aos que, como você, podem ouvir nossas palavras. Fará muita gente feliz, livre da escravidão da hipocrisia.


O menino ainda era pequeno para saber a extensão do que lhe propunham as Árvores, mas concordou em levar essa mensagem aos homens. Entretanto as Pedras, que até então tinham-se mantido muito quietas, começaram a falar e disseram coisas aterradoras!

Uma Pedra maior e coberta de musgo, o que lhe conferia um ar ancião e sacerdotal, tomou a frente das demais e falou fundo, ecoando dentro da sua alma:
  
Não, você não deve cometer a imprudência de levar aos homens a mensagem das Árvores. Nós somos Pedras frias e friamente julgamos. Estamos aqui há mais tempo do que elas e temos visto o transcorrer desta pequena História Universal dos humanos.

Antes de você, muitos receberam essa mensagem e foram incumbidos, por elas, de recuperar a felicidade que os hominídeos perderam ao ignorar as leis naturais. Todos quantos tentaram ajudar a humanidade foram perseguidos, difamados e martirizados. Cada um conforme os costumes de sua época: crucificados em nome da justiça, queimados em praça pública em nome de Deus e tantos outros martírios pelos quais você mesmo já passou várias vezes e se esqueceu... 
 
Hoje você pensa que não corre mais perigo e aceita tentar outra vez. Quanta falta de senso! Quando começar a dizer as coisas que as Árvores transmitiram, vão primeiro tentar comprá-lo. Se você não sucumbir ao tilintar dos trinta dinheiros, então será preciso que seja realmente um forte para permanecer de pé, pois passarão a agredi-lo de todas as formas.

Mas o menino respondeu prontamente. Tomou um ramo em uma das mãos e uma pedra na outra, e bradou:

Este é meu cetro. E este, o meu orbe. Com o vosso reino elemental construirei nosso santuário e nele reunirei os capazes de ouvir e de compreender. As rochas manterão do lado de fora os incapazes e as toras aquecerão, do lado de dentro, os que reconhecerem o valor deste reencontro.

As Árvores e as Pedras emudeceram. Depois as Árvores o ungiram com o orvalho sacudido pela brisa, e as Pedras deixaram cair em suas mãos o musgo primevo que lhes vestia, como que a abençoá-lo.
Nesse momento, os raios do Sol eram difusos por entre os ramos e a névoa da manhã. O menino olhou e compreendeu: se a luz fosse excessiva não ajudaria a enxergar, mas ofuscaria o entendimento. Então agradeceu aos ramos e à névoa. E mesmo às Pedras que o faziam tropeçar para torná-lo mais atento aos caminhos que percorria. E amou a todos... até aos homens!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Os inimigos de Shiva

Autor: DeRose.

Certa vez, os saddhus1 sentiram muita raiva de Shiva e conspiraram para assassiná-lo. Acenderam uma fogueira sacrificial de magia. De dentro do fogo mágico surgiu um tigre furioso ao qual ordenaram que fosse matar o Mestre Shiva. Mas Shiva matou a besta, arrancando sua pele e vestindo-se com ela.

Do fogo saiu, em seguida, um trishúla (lança de guerra em forma de tridente) para matá-lo, porém Shiva se apoderou dele e passou a usar como arma para sua defesa. Depois, serpentes para picá-lo, entretanto o Mestre as usou como braceletes e colares com os quais se enfeitou.

Uma horda de demônios surgiu logo depois. Shiva com um mudrá aplacou sua fúria. Ele ordenou que formassem um exército para servi-lo, e eles obedeceram docilmente. Em seguida, os saddhus atiraram uma caveira contra o Senhor Shiva. Ele a agarrou no ar e colocou-a para enfeitar os cabelos.

Os saddhus, indignados com seus fracassos, tentaram usar seus mantras maléficos para destruí-lo. No entanto, eles se agruparam e tomaram a forma de um som terrificante que saía de uma concha (shank). O Mestre apoderou-se da concha e a conservou em sua mão, pelo que passou a ser chamado de Shankar.

Os saddhus, que pareciam nunca desistir de destruir o grande Mestre Shiva, fizeram um novo trabalho de magia negra, acendendo outro grande fogo do qual saiu um poderoso gênio denominado Avidyá ou Muyalakan. Ordenaram-lhe que usasse o fogo e matasse o Mestre. No entanto, Shiva apanhou o fogo com a mão, derrubou o gênio e pisoteou-o. 

Os saddhus lançaram maldições e injúrias contra o Mestre. Nenhuma foi eficaz. Muyalakan, esmagado pelos pés de Shiva, debatia-se mas não conseguia pôr-se de pé. Shiva começou a dançar sobre ele e o Universo tremeu.

Quando a dança parou, os saddhus prostraram-se aos pés do Mestre e cantaram-lhe louvores. Shiva ordenou-lhes que, daquele momento em diante observassem os sádhanas e passassem a seguir uma vida piedosa. Depois disso, voltou para a sua morada.



1 Saddhus são os eremitas, yôgis mendicantes que seguem carreira solo e isolam-se no mato e nas cavernas. Usam o título saddhu que traduz-se como “bom, puro, justo, reto, virtuoso”. Talvez as escrituras sagradas tenham escolhido colocá-los como os vilões, justamente para alertar ao fato tão comum de que os lobos vestem-se em pele de cordeiros. E Shiva, veste-se em pele de tigre!

domingo, 8 de maio de 2011

A Democracia Consensual

Consta que um dia perguntaram a Winston Churchill, durante a Segunda Guerra Mundial, o que ele achava da democracia. E aquele baluarte da luta contra o totalitarismo nazista teria respondido: “A democracia é um péssimo sistema de governo.” E depois de uma pausa marota, intencionalmente longa entre uma baforada e outra em seu indefectível charuto, Churchill teria prosseguido: “Mas é o melhor que temos.”

Eu, que não sou político, atrevo-me a discordar. Ela não é o melhor sistema de governo. A democracia, como vem sendo exercida no mundo todo, é apenas a opressão da maioria sobre as minorias. Nós podemos fazer melhor do que isso. E a solução gerada pelo Método DeRose foi um aperfeiçoamento da democracia, à qual denomino democracia consensual. Ela consiste em conceder mais poder às minorias, com base no diálogo e no consenso.

O princípio da democracia consensual é o de que a reivindicação de uma minoria pode vir a ser aceita pela maioria, desde que não prejudique a ninguém; e o de que a maioria pode repensar suas decisões e conceder seu beneplácito se determinada minoria apresentar alguma justa reivindicação. Dito assim, não faz muito sentido. Então, vejamos um exemplo.

Quatro pessoas decidem ir ao cinema; três escolhem um filme. Uma delas, por não lhe agradar o gênero da película, solicita que assistam a uma outra. Numa democracia, essa pessoa teria que ir assistir ao filme que não quer ver, pois teria sido a decisão da maioria. Na democracia consensual os outros três confabulam e, se concordarem em assistir ao filme sugerido por aquele único sufrágio, não vêm motivo para não fazer a vontade da minoria. Com isso, o voto de uma única pessoa pode ter peso de maioria, desde que os demais manifestem a boa-vontade de concordar com a proposta.

Talvez para um Estado hipertrofiado, com milhões de cidadãos, seja difícil aplicar a democracia consensual; mas ela pode ser uma boa opção de governo para uma empresa, para um clube, para uma família, enfim, para grupos menores. Foi assim que conseguimos administrar com harmonia o crescimento expressivo da nossa entidade e sua progressiva expansão por vários países.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Código de Ética

Você já ouviu falar sobre o nosso código de ética? Várias profissões, tais como a dos publicitários, médicos e advogados, possuem um manual de conduta e no Método DeRose não é diferente.

Os integrantes do nosso grupo de treinamento de alta performance tem se aprofundado no estudo e aplicação dessa ética no dia-a-dia com excelentes experiências para relatar. É por isso que você talvez tenha notado os colegas falando sobre a "semana do ahimsá" ou a "semana do satya".

Vamos do começo! O código de ética é uma compilação de normas éticas e comportamentais. É interessante que os praticantes de nossa cultura procurem observar estes princípios mas não é uma obrigação. Também não vale somente para a Escola e sim para o cultivo de uma melhor relação com todas as áreas da nossa vida.

Ao todo são 10 preceitos, incluindo o ahimsá (não-agressão), satya (a verdade), astêya (não roubar), entre outros. Leia mais sobre eles no livreto Código de Ética, do Mestre DeRose e converse com o seu instrutor para tirar quaisquer dúvidas sobre esse assunto tão relevante.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bate papo com o DeRose