Em uma tradicional Escola de filosofia indiana havia um Mestre muito sábio. Tanto que seus discípulos eram muitos e enormemente engajados. Um deles se destacava pelo brilhantismo, talento individual, alinhamento com o Mestre e realizações. Era o satchêla, o discípulo verdadeiro. Aquele que mais contribuía para a obra e o bom nome de seu Mestre.
Num determinado momento, e não sabemos ao certo o motivo, aquele discípulo que era um exemplo a todos os demais, começou a se afastar do Mestre. Deixou de comparecer às aulas e já não se correspondia com os demais. Após um tempo, o Preceptor começou a sentir cada vez mais a falta de seu melhor aprendiz e foi visitá-lo.
Ao abrir a porta de sua casa, o discípulo levou um choque ao receber o velho sábio. Ele ensaiou se desculpar pela ausência mas o Professor não o deixou falar. Este pediu-lhe que acendesse uma fogueira e ambos se sentaram para contemplar o fogo. Depois de alguns minutos, sem dizer sequer uma palavra, o Mestre se levantou e escolheu uma das brasas da fogueira, da qual partiam as mais altas chamas e a qual gerava mais calor e luz.
Ele retirou tal brasa e a afastou da fogueira, colocando próxima dos pés de seu satchêla. Ela que antes brilhava intensamente, agora começara a apagar. Primeiro, deixou de soltar chamas. Em seguida, já não liberava mais calor. Por último, estava se tornando um pedaço escuro e fumegante de madeira. Mas o velho não deixou que ela se extinguisse por completo. Tomou o toco minguante e colocou-o de volta no fogo.
Assim que tocou o calor do fogo, aquela porção de madeira voltou a virar brasas, soltar chamas, brilhar e emitir calor. Até mais do que antes de ter sido retirada da fogueira. Assim que fez isso, o Mestre se levantou e ia se retirando, dirigindo-se à saída, mas o discípulo o abraçou e agradeceu o ensinamento, prometendo voltar às aulas no dia seguinte, para nunca mais se separar.
Apesar do silêncio que tomou todo o encontro, a lição havia sido transmitida.
Texto baseado em uma parábola, transmitida a nós pelo ensinamento do Mestre Edgardo
Caramella, Presidente da Federação do Método DeRose da Argentina, em
ocasião da reunião de instrutores e diretores de Escolas do Método
DeRose no Festival de São Paulo, 2011.
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terça-feira, 23 de agosto de 2011
O Mestre e a fogueira
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segunda-feira, 23 de maio de 2011
As Árvores e as Pedras
Autor: DeRose.
Era uma vez um menino cheio de idéias estranhas. Ele achava que o infinito era pequeno e que o eterno era curto. Conversava com as Árvores e com as Pedras, e emocionava-se com elas, pela magnitude do que lhe contavam. Um dia as Árvores lhe disseram:
Sabe? No nosso Universo cada uma de nós cumpre o que lhe cabe, pela satisfação de fazer assim. Nenhuma de nós se exime da sua parte. Os humanos passam suas vidas a só fazer coisas que lhes resultem em tensões, infelicidade e doença. Não fazem o que realmente gostariam. Caem no cativeiro da civilização, trabalham no que não gostam para ganhar a vida e perdem-na, em vão, ao nada fazer de bom. Por isso tornam-se rabugentos, envelhecem e morrem insatisfeitos. Procure você viver feliz como nós, pois alimentamo-nos, respiramos e reproduzimo-nos, tal como nos dá prazer. Assim, quando morremos, na verdade continuamos vivas em nossas sementes e crescemos de novo. Vá e ensine isso aos que, como você, podem ouvir nossas palavras. Fará muita gente feliz, livre da escravidão da hipocrisia.
O menino ainda era pequeno para saber a extensão do que lhe propunham as Árvores, mas concordou em levar essa mensagem aos homens. Entretanto as Pedras, que até então tinham-se mantido muito quietas, começaram a falar e disseram coisas aterradoras!
Uma Pedra maior e coberta de musgo, o que lhe conferia um ar ancião e sacerdotal, tomou a frente das demais e falou fundo, ecoando dentro da sua alma:
Não, você não deve cometer a imprudência de levar aos homens a mensagem das Árvores. Nós somos Pedras frias e friamente julgamos. Estamos aqui há mais tempo do que elas e temos visto o transcorrer desta pequena História Universal dos humanos.
Antes de você, muitos receberam essa mensagem e foram incumbidos, por elas, de recuperar a felicidade que os hominídeos perderam ao ignorar as leis naturais. Todos quantos tentaram ajudar a humanidade foram perseguidos, difamados e martirizados. Cada um conforme os costumes de sua época: crucificados em nome da justiça, queimados em praça pública em nome de Deus e tantos outros martírios pelos quais você mesmo já passou várias vezes e se esqueceu...
Hoje você pensa que não corre mais perigo e aceita tentar outra vez. Quanta falta de senso! Quando começar a dizer as coisas que as Árvores transmitiram, vão primeiro tentar comprá-lo. Se você não sucumbir ao tilintar dos trinta dinheiros, então será preciso que seja realmente um forte para permanecer de pé, pois passarão a agredi-lo de todas as formas.
Mas o menino respondeu prontamente. Tomou um ramo em uma das mãos e uma pedra na outra, e bradou:
Este é meu cetro. E este, o meu orbe. Com o vosso reino elemental construirei nosso santuário e nele reunirei os capazes de ouvir e de compreender. As rochas manterão do lado de fora os incapazes e as toras aquecerão, do lado de dentro, os que reconhecerem o valor deste reencontro.
As Árvores e as Pedras emudeceram. Depois as Árvores o ungiram com o orvalho sacudido pela brisa, e as Pedras deixaram cair em suas mãos o musgo primevo que lhes vestia, como que a abençoá-lo.
Nesse momento, os raios do Sol eram difusos por entre os ramos e a névoa da manhã. O menino olhou e compreendeu: se a luz fosse excessiva não ajudaria a enxergar, mas ofuscaria o entendimento. Então agradeceu aos ramos e à névoa. E mesmo às Pedras que o faziam tropeçar para torná-lo mais atento aos caminhos que percorria. E amou a todos... até aos homens!
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terça-feira, 26 de abril de 2011
Prática com o DeRose 2011
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